Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito..
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domingo, 9 de maio de 2010

Rudy Steiner

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(...) Havia pijamas assustados e rostos rasgados. Foi o cabelo do menino queela viu primeiro.
Rudy?
Em seguida, fez mais do que apenas mover os lábios para enunciar apalavra.
— Rudy?
Ele estava deitado com seus cabelos amarelos e os olhos fechados, e a menina que roubava livros correu em sua direção e desabou. Deixou cair o livro preto.
— Rudy, acorde — soluçou.
Agarrou-o pela camisa e lhe deu a mais leve sacudidela incrédula.
— Acorde, Rudy
— e já então, enquanto o céu continuava a esquentava a despejar uma chuva de cinzas, Liesel agarrava o peito da camisa de Rudy Steiner.
— Rudy, por favor
— e as lágrimas se engalfinhavam com seu rosto.
—Rudy, por favor, acorde, que diabo, acorde,
eu amo você.
Ande, Rudy, vamos, Jesse Owens não sabe que eu amo você?
Acorde, acorde, acorde...
Mas nada se importou.Os destroços apenas subiram, mais altos. Montanhas de concreto com tampas de vermelho. E uma linda menina, pisoteada pelas lágrimas, sacudindo os mortos.
— Vamos, Jesse Owens...
Mas o menino não acordou. Incrédula, Liesel afundou a cabeça no peito de Rudy. Segurou seu corpo amolecido, tentando impedir que pendesse para trás, até que precisou devolvê-loao chão massacrado.
E o fez com delicadeza. Devagar.Devagar.
— Meu Deus, Rudy...
Inclinou-se, olhou para seu rosto sem vida, e então beijou a boca de seu melhor amigo, Rudy Steiner, com suavidade e verdade. Ele tinha um gosto poeirento e adocicado. Um gosto de arrependimento à sombra do arvoredo e na penumbra da coleção de ternos do anarquista.
Liesel beijou-o demoradamente,suavemente,
e, quando se afastou, tocou-lhe a boca com os dedos.
Suas mãos estavam trêmulas ...
.
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[A menina que roubava livros]

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