Dar a mão alguém sempre foi o que esperei da alegria.
Muitas vezes antes de adormecer -nessa pequena luta por não perder a consciência
e entrar no mundo maior -
muitas vezes, antes de ter a coragem
de ir para a grandeza do sono,
finjo que alguém está me dando a mão e então vou,
de ir para a grandeza do sono,
finjo que alguém está me dando a mão e então vou,
vou pra a enorme ausência de forma que é o sono.
E quando mesmo assim não tenho coragem,
então eu sonho.
então eu sonho.
Ir para o sono
se parece tanto com o modo
como agora tenho que ir para a minha liberdade.
[Entregar-me ao que não entendo]
será pôr-me à beira do nada.
Será ir apenas indo,
e como uma cega perdida no campo.
Essa coisa sobrenatural que é viver.
O viver que eu havia domesticado para torná-lo familiar.
vou ter que fingir que alguém está segurando a minha mão.
se parece tanto com o modo
como agora tenho que ir para a minha liberdade.
[Entregar-me ao que não entendo]
será pôr-me à beira do nada.
Será ir apenas indo,
e como uma cega perdida no campo.
Essa coisa sobrenatural que é viver.
O viver que eu havia domesticado para torná-lo familiar.
Essa coisa corajosa que será entregar-me...
E como sempre em palavras me coloco, me desfaço, e me desnudo,
mas enquanto escrever e falarE como sempre em palavras me coloco, me desfaço, e me desnudo,
vou ter que fingir que alguém está segurando a minha mão.
... ei você...
É você !! ...
É você !! ...
Clarice Lispector (A paixão segundo GH)
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